domingo, junho 11, 2006

Um Orgulho Para Todos Nós

Estamos a poucas horas do arranque do campeonato do mundo para as selecções que têm o português como língua oficial: Angola, Brasil e Portugal. A sorte ditou que hoje Angola tenha como adversário Portugal. Estes dois povos demonstraram até agora elevação na vivência do espírito desportivo.
Em Portugal, fala-se, por um lado, do favoritismo da selecção das quinas e, por outro, do brio e da motivação dos "palancas" negras em contrariar àqueles que achem que o jogo, mesmo antes de começar, já está ganho.
A qualificação de Angola para o campeonato do mundo surgiu num momento propício da sua história, no período do relançamento económico e após décadas de guerra cívil. Por isso, só a presença na Alemanha já é uma vitória: ver os angolanos alegres e felizes constitui um orgulho para todos nós.
O nosso optimismo em relação às selecções que participam pela primeira vez num campeonato do mundo é moderado: podem, por um lado, não ganhar nenhum jogo e, por outro, fazerem boa figura, caso do Senegal no mundial de 2002, Coreia-Japão, que venceu o campeão mundial em título, a França. Partindo desta lógica de imprevisibilidade, pode-se esperar tudo das selecções teoricamente mais fracas: entre mediocridade e a excelência.
Este texto pretende enaltecer as boas iniciativas que têm vindo a ser desenvolvidas na sequência do embate PortugalxAngola. Sem a pretensão da exaustividade, quero destacar a iniciativa conjunta da RTP África, RDP África e da Câmara Municipal de Lisboa que decorreu na passada Sexta-feira, dia 09, na praça da figueira, em Lisboa. Os artistas angolanos deram banho de música aos admiradores dos "palancas", sempre com respeito pela experiente selecção portuguesa e pelos laços históricos que unem os dois povos.
Para finalizar esta comunicação, deixo uma nota aos árbitros para que sejam isentos e profissionais; que não prejudicam sistematicamente "as selecções não favoritas" presentes no mundial, como tem sido hábito. Nota-se que as injustiças do apito geram revoltas pouco abonatórias para a convivência pacífica e para a confraternização entre culturas que, depois do aspecto económico, constitui o maior desígnio da prova organizada pela Federação Internacional de Futebol (FIFA).
Às selecções presentes na Alemanha, particularmente às dos três países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) vai um voto de boa sorte e que dêem o melhor de si para a elevação da cultura desportiva e da fraternidade lusófona.

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