segunda-feira, janeiro 22, 2007

Educação para os Media: 25 anos da Declaração de Grunwald

A caixinha mágica que mudou o mundo – vulgarmente apelidada de televisão (TV) –, tem sido tema de estudo desde a sua nascença. A sua presença na vida das crianças e jovens constituiu, particularmente, uma questão merecedora de atenção (dos investigadores) dado o impacto da mesma no seu desenvolvimento. O facto de se constatar que em certos países o tempo passado pelas crianças à frente do televisor era igual ou, em certos casos, superior ao tempo passado na escola, intrigou a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO). Assim, no 22 de Janeiro de 1981, sob os seus auspícios, um grupo de peritos reunidos na cidade Alemã de Grunwald, publicou a Declaração Sobre a Educação para os Media[Ler Mais]. Uma alerta crítica do fenómeno da comunicação, baseada no reconhecimento, por um lado, do poder dos media e, por outro, na necessidade de uma vigilância mais apertada dos seus efeitos.
Nos dias que correm, a dependência televisiva (agora dos ecrãs gigantes e LCD) tende a agravar, ao mesmo tempo que o florescimento dos ditos self-media, segundo Marchal McLuhan, ou seja, os videojogos portáteis; os note-books, os leitores de música, mp3, mp4; telemóveis; Ipods se tornem, progressivamente, motivos acrescidos de preocupação para pais e educadores. Perante a apresentação de (re) invenções quase diárias de novas ferramentas de informação, diversão e lazer, importa repensar a forma como olhamos e convivemos com os media. Segundo Manuel Pinto, nesta época, “a informação cresceu exponencialmente, mas não se promoveu a capacidade de a procurar, nela navegar de forma inteligente e útil, de a avaliar e verificar” (In a Página da Educação, Ano XVI, nº162, p.2). A verdadeira educação para os media, começa na preocupação manifesta pelo professor da Universidade do Minho, onde a contextualização e uso da informação merecem, da nossa parte, uma prioridade acrescida.
Ao nível da escola e das nossas casas, assiste-se a tendência, cada vez maior, de as transformar em verdadeiros centros hi-tech. Porém, a questão central, ou seja, a forma como as novas tecnologias são ou devem ser aproveitadas tem sido desprezada ou raramente tema de análise, discussão e de estudo.
O Edukamedia (educação para os media), ciente das razões que esteve na sua génese, procurou com este texto contribuir para que a memória deste dia não vá “para águas de bacalhau”.