quinta-feira, julho 31, 2008

“See You London”

Como um dia fizera Marianne em Sense e Sensibility pergunto se voltarei a ser feliz noutro lugar? Aqui em Londres, amei cada rua, apreciei cada sorriso, respondi a cada olhar curioso, contemplei cada obra, analisei cada curva e percorri cada rua até ao fim. Os dias foram escassos, os minutos efemêros e a vontade de ficar enorme, mas tenho que partir. Levo comigo o gosto de ter conhecido e trabalhado, por um lado, com pessoas de várias nacionalidades, crenças e sensibilidades e, por outro, personagens como a Laura, Marianne, Ashely – amizades patrocinadas por Willian Collins, Jane Austen, Siddney Sheldon.
Foi um prazer enorme ler romances que descrevem zonas e sítios de Londres e arredores por onde passei e admirei sem, antes, saber que séculos passados despertaram o interresse de poetas e novelistas. Tal como Nathaniel Howtorne explicou em The Scarlet Letter - existe uma grande fatalidade que atrai os seres humanos irrestivelmente para lugares onde grandes eventos tiveram lugar e, porventura, com significado para as suas vidas - voltarei um dia a Londres. Pois, ficou cá por dissolver na essência do tempo, uma parte de mim misturado com suor, sono e a vontade de interpretar o significado dos novos olhares. Em Londres senti londrino tal como um Parisience em Paris. A razao é, caro leitor, simples. Nas cidades cosmopolitas com dezenas de milhões de pessoas não existe espaço e nem tempo para provincianismos. Ou seja, ninguêm te aponta o dedo com um olhar descriminatório mimicado pela falta de cortesia. Com efeito, aqui respira-se cultura... Os grandes museus como a Tate Modern, o Museu da História Natural, o Museu da Ciência, National Gallery, National Portait Gallery, entre tantos outros de entrada gratuita. Cada visita serve para a memória futura e tema de estória contada aos filhos ao pé da larreira ou no canto da cama.
Das pequenas insegnificâncias que guardo na minha memória destaco a entrevista dada ao canal de televisão do Chelsia Football Club, em Stamford Bridge, enquanto esperava pelo autocarro 211 a parcos metros de Fulham Broadway bem como o percurso feito do aeroporto ate chegar à casa, Chelsia. Este foi um primeiro teste a minha capacidade de sobrevivência com autonomia nas terras da sua majestade. Com efeito, pisar no Reino Unido obriga-te, caro leitor, a desenvolver uma certa vontade de querer ir mais além. Pois, os horizontes, por um lado, se abrem e as linhas imaginárias, por outro, se tornam mais distantes, mas persegui-los é o desejo primeiro de um batalhador incansavel. Pelas razões que impecam as teclas por PC de trancrever a essência da alma, importa somente despedir de Londres como uma expressão que lhe é bastante familiar See You later e não a portuguesa/caboverdianamente descortezia "Adeus" - numa ida para nunca mais voltar. Vou e levo comigo a saudade.

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