As 7 Maravilhas do Meu Mundo
Acordei hoje a pensar nas 7 novas maravilhas do mundo que foram apresentadas, recentemente, em Lisboa pela Sevem Wonder Foundation – propriedade do realizador suíço Bernard Weber. Depois de alguma hesitação em compreender o porquê de estar a pensar no tema pouco interessante ao alvorecer, constatei que, afinal, enquanto dormia o meu inconsciente esteve a editar as imagens passadas na televisão na noite do dia sete de Julho. Pois, ao ruminar as maravilhas eleitas vieram-me à memória a terra onde nasci, os locais que visitei, os monumentos que senti o cheiro da sua preciosidade pelos livros, as criaturas bravas que comigo deambulam quotidianamente à procura de pão honesto para o sustento da família e reforço da lisura dos seus sonhos.
Feitas as considerações iniciais vamos, caro leitor, ao conteúdo dos sonhos, ou seja, à lista das mais prestigiadas maravilhas do meu mundo. Vou apresentá-las sem pôr ou tirar uma única vírgula ao inconsciente. Assim temos: o meu avô Pedro Ramos Jorge; os meus pais, Juliana e Eugénio; o meu professor primário, Félix Correia; o Penedão existente na casa da minha avó materna; a dona dos lábios do meu “primeiro beijo”; o primeiro e único brinquedo industrial (um camião dos bombeiros) que fora oferecido por um tio; o primeiro jeans que usei. Contudo, o leitor deve ter notado que esta lista é diametralmente aposta a dos gregos (filósofos) e tão pouco parecida com a de Bernard Webber (milionário e, quanto a mim, promotor turístico).
Feitas as considerações iniciais vamos, caro leitor, ao conteúdo dos sonhos, ou seja, à lista das mais prestigiadas maravilhas do meu mundo. Vou apresentá-las sem pôr ou tirar uma única vírgula ao inconsciente. Assim temos: o meu avô Pedro Ramos Jorge; os meus pais, Juliana e Eugénio; o meu professor primário, Félix Correia; o Penedão existente na casa da minha avó materna; a dona dos lábios do meu “primeiro beijo”; o primeiro e único brinquedo industrial (um camião dos bombeiros) que fora oferecido por um tio; o primeiro jeans que usei. Contudo, o leitor deve ter notado que esta lista é diametralmente aposta a dos gregos (filósofos) e tão pouco parecida com a de Bernard Webber (milionário e, quanto a mim, promotor turístico).
A apresentação das 7 novas maravilhas (confiada às estrelas Hilary Swank, Bipacha Basu e Bem Kinglsey) foi um mega evento mediático e digno de aplauso pela sua capacidade de mobilização. Contudo, a UNESCO recusou embalar na onda premeditada do espectáculo. O não alargamento da votação àqueles quem não têm voz (telefone e internet) e a ausência de contribuição financeira para a preservação dos monumentos eleitos justificam o não envolvimento do organismo das Nações Unidas.
As sete maravilhas da minha infância foram eleitas discretamente, sem espectáculo e sem votantes. Contudo ilustram a passagem inicial do Fio da Navalha, de William Somerset Maugham. “O homem não é só ele mesmo”…mas também a ferramenta que o ajuda ou dificulta a escrever a sua história.
Assim – o avô (paterno) enérgico e de trato fino que me acompanhou de perto nos primeiros anos; os pais irrepreensíveis que me garantiram protecção, segurança e algumas palmadas; o brinquedo (raro) que fez sentir o menino da bola entre os meus conterrâneos; a imagem tenra que guardo de um pequeno gesto (parecido com o de Bentinho e Capitu, in Dom Casmurro de Machado de Assis); a alegria de ter uma peça de roupa que pouquíssimas crianças tinha o privilégio de usar nos dias solenes; e, finalmente, a pedra volumosa e quadrada que nele sentado ou de cócoras ouvi estórias engraçadas, ri e cantei as alegrias que me vinham na alma – se explica a forma magnânima como olho para o mundo que me envolve e para cada uma das maravilhas que dormem na alma dos meus sonhos (caso contrário seria motivo suficiente para procurar um psicanalista. Risos).
As sete maravilhas da minha infância foram eleitas discretamente, sem espectáculo e sem votantes. Contudo ilustram a passagem inicial do Fio da Navalha, de William Somerset Maugham. “O homem não é só ele mesmo”…mas também a ferramenta que o ajuda ou dificulta a escrever a sua história.
Assim – o avô (paterno) enérgico e de trato fino que me acompanhou de perto nos primeiros anos; os pais irrepreensíveis que me garantiram protecção, segurança e algumas palmadas; o brinquedo (raro) que fez sentir o menino da bola entre os meus conterrâneos; a imagem tenra que guardo de um pequeno gesto (parecido com o de Bentinho e Capitu, in Dom Casmurro de Machado de Assis); a alegria de ter uma peça de roupa que pouquíssimas crianças tinha o privilégio de usar nos dias solenes; e, finalmente, a pedra volumosa e quadrada que nele sentado ou de cócoras ouvi estórias engraçadas, ri e cantei as alegrias que me vinham na alma – se explica a forma magnânima como olho para o mundo que me envolve e para cada uma das maravilhas que dormem na alma dos meus sonhos (caso contrário seria motivo suficiente para procurar um psicanalista. Risos).